fbpx Front running: já ouviu falar? Saiba mais sobre essa prática ilegal

O que é front running? Nós explicamos!

front running

Você sabe o que é front running? E qual a sua diferença para insider trading? Neste post, nós explicamos o que o termo significa e por que é uma prática ilegal no mercado.

A saber, o front running é a prática ilegal de comprar um ativo com base em informações não públicas avançadas. Como exemplo, a obtenção de dados sobre uma transação de grande porte esperada e que afetará o preço de um título.

Assim, essa prática é considerada como uma forma de manipulação de mercado e insider trading. Dessa forma, uma pessoa que comete a prática front running espera movimentos de preços dos ativos com base nas informações não públicas.

Veja mais: 

Entendendo na lei

Front running é uma prática proibida pela Comissão de Valores Mobiliários, onde determinado profissional do mercado usa informações privilegiadas para obter lucros.

Segundo a Instrução nº 8/79 da CVM, clique aqui para ver.

Então, imagine a seguinte situação: um corretor – o front runner – conversa com um grande cliente, convencendo-o a comprar um papel e fazer um grande aporte – de milhões de reais, por exemplo – que movimentará o mercado. Sabendo disso, o corretor executa a mesma compra buscando lucrar com o movimento de mercado. O nome é “front runner”, porque, literalmente, o corretor ‘sai na frente’.

Exemplos de front running

Antecipação de grandes negociações futuras

Um corretor recebe uma ordem de um cliente para comprar 100.000 ações da Empresa X. Assim, o corretor sabe que a grande transação de compra provavelmente aumentará o preço das ações da empresa. Então ele decide comprar 2.000 ações da Empresa A antes de executar a ordem do cliente.

Exemplo, o corretor compra 2.000 ações a R$ 10 por ação e, em seguida, executa o pedido do cliente. Imediatamente após a execução do pedido do cliente, o preço da ação salta para US $ 13 por ação. Então, o corretor vende suas 2.000 ações por R$ 13 por ação e obtém um lucro de R$ 6.000. Em tal cenário, o corretor está cometendo atividades antiéticas e ilegais e violando seu dever de lealdade com seu cliente.

Antecipando notícias que afetam o preço de um título

Uma pessoa com informação não públicas de como um evento futuro afetará o preço de um título pode executar uma negociação antes que a informação seja publicada. Por exemplo, um analista cria um relatório de recomendação de investimento na Tesla Inc. O relatório continua a ser distribuído aos clientes e o analista sabe que o relatório está fazendo uma forte recomendação de compra.

Dessa forma, como muitos investidores vão comprar ações do Tesla e o preço das ações vão subir, o analista decide comprar as ações da empresa antes que o relatório esteja disponível publicamente. Assim, o analista terá lucro após o aumento do preço das ações.

O mesmo pode ocorrer, por exemplo, com grupos de calls. Diversas pessoas recebem recomendação de ordem de compra ou venda de determinado ativo e, com o excesso de movimento, há uma manipulação do mercado.

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Como o front running se difere do insider trading?

Por outro lado, o insider trading é aquele que obtém informações privilegiadas sobre determinada empresa que não são de conhecimento público no mercado e realiza trades a partir destas informações.

Neste caso, não há uma manipulação de mercado, e, por si só, não representa uma tipificação criminal.  Exceto, em casos que o insider trading é utilizado para lavagem de dinheiro, por exemplo. O insider trading, portanto, tem uma tipificação de prática ilícita administrativa, e não penal.

No front running, por outro lado, há um conflito de interesses com o próprio cliente. Um caso famoso no mercado de capitais brasileiro é do ex-operador do Credit Suisse de Nova York Luiz Gustavo Mori.

O papel da CVM é de regulamentar, fiscalizar e manter a ética no mercado financeiro, e por isso, cabe-lhe tornar o ambiente o mais justo possível tanto para pequenos quanto grandes investidores.

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Clara Sodré

Graduanda em Relações Internacionais com especialização em mercados financeiros, copywriting e comércio exterior. Pesquisadora voluntária em cooperação internacional europeia. Monitora no núcleo de Economia Política Internacional. Apaixonada por educação financeira e produção de conteúdo.


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