Manter uma vida financeira equilibrada é fundamental para quem busca adotar uma boa relação com o dinheiro, seja para poupar, seja para realizar investimentos rentáveis. Nesse contexto, o uso do cartão de crédito deve ser feito com responsabilidade e consciência, principalmente para manter o pagamento em dia e evitar os temidos juros rotativos.
Neste artigo, você vai entender melhor o que é, como funciona e como ficar longe dos juros rotativos. Também entenderá a importância de não cair em armadilhas financeiras para manter as contas sempre sob controle. Convido você a continuar a leitura e se informar!
De modo simplificado, pode-se dizer que os juros rotativos são aqueles cobrados pelos bancos e/ou instituições financeiras toda vez que o cliente não efetua o pagamento do valor total da fatura do mês.
Para entender melhor, primeiramente, é preciso falar sobre o funcionamento do cartão de crédito. Diferentemente do cartão de débito, com o crédito o consumidor pode realizar compras com pagamento no futuro, ou seja, é possível comprar agora e pagar somente na próxima fatura. Quando essa fatura é paga pelo consumidor, o limite de crédito gasto é novamente disponibilizado, para a realização de novas compras.
Nem sempre, no entanto, o dono do cartão tem dinheiro suficiente para pagar o valor total da fatura, sendo preciso financiar a dívida. Dessa forma, os juros rotativos nada mais são do que o valor percentual cobrado sobre o valor que deixou de ser pago.
Por exemplo, se uma pessoa recebe uma fatura de R$1.000,00 e paga somente R$600,00 do boleto, os R$400,00 restantes serão recalculados para a próxima fatura e sobre eles serão aplicados os juros rotativos.
O percentual de juros rotativos é definido pela instituição financeira, de acordo com o perfil do consumidor. Existem 2 tipos diferentes de juros rotativos, são eles:
Por mais útil e prático que o cartão de crédito seja, é fundamental que ele seja utilizado com responsabilidade, caso contrário, corre-se o risco de entrar na famosa “bola de neve”, em que a dívida vai crescendo gradativamente, a ponto de ficar impagável, devido à cobrança de juros sobre juros.
Em 2017, inclusive, o Banco Central realizou uma mudança na cobrança de juros rotativos, limitando sua aplicação somente a 1 mês, ao contrário do que se fazia anteriormente, quando o consumidor podia pagar o mínimo várias vezes consecutivas. O resultado era um crescimento expressivo do valor devido, além de um alto índice de inadimplência ocasionado pela impossibilidade de pagamento.
Para evitar cair na armadilha dos juros rotativos, é preciso que o consumidor tenha consciência financeira e adote hábitos sustentáveis de consumo. Obviamente que imprevistos podem ocorrer, porém, é preciso manter a atenção e se comprometer realmente a gastar somente o que estiver dentro de seu poder de compra. Confira, a seguir, algumas dicas que podem ajudar.
O primeiro passo para manter o controle sobre sua vida financeira é fazer um bom planejamento de gastos. Para isso, é preciso fazer um levantamento honesto de todas as despesas obrigatórias e o que pode ser cortado do orçamento, caso seja necessário.
Também é indicado se organizar para fazer uma reserva financeira a ser usada em situações de emergência. Devem ser listados todos os gastos, até mesmo os menores do cotidiano, pois somente dessa forma será possível ter uma visão confiável da relação de despesas e custos em seu orçamento mensal.
O pagamento parcelado é uma modalidade comum, porém, sempre que for possível é recomendável pagar em apenas uma vez. Assim, você evita que a dívida seja jogada para os meses seguintes. Com o planejamento feito adequadamente, é possível se organizar e gastar somente o que for viável, de acordo com as metas do mês.
Por mais tentador que seja, o ideal é não usar somente o cartão de crédito na hora de fazer as compras. Isso porque pode ocorrer uma falta de controle e, consequentemente, atraso no pagamento. O ideal é estabelecer um limite de pagamento e manter os gastos do cartão dentro dessa previsão. Quanto maior a organização, melhores os resultados.
Pode parecer básico, mas é sempre bom ressaltar a importância de pagar a fatura em dia, tanto para evitar a cobrança de juros quanto para manter um bom histórico de pagamento no mercado. Bons pagadores se beneficiam com maior poder de negociação, condições de pagamentos e taxas menores de juros.
O pagamento mínimo da fatura deve ser usado somente em último caso, sendo o ideal sempre pagar o valor completo do documento. A prática de pagar o total do boleto evita a cobrança de juros rotativos e garante o fechamento do mês sempre no azul.
A tecnologia é uma aliada importante no controle das finanças, sendo assim, é indicado usar aplicativos de controle financeiro, pelos quais você pode fazer o monitoramento dos gastos e se adequar às metas definidas. Também é indicado acompanhar a fatura e entender os melhores dias para compra e quanto ainda é possível gastar.
Agora que você já sabe o que são os juros rotativos e como eles podem comprometer seu orçamento, pode se organizar e se manter longe desse tipo de situação. Quanto mais comprometimento, responsabilidade e disciplina, melhores são os hábitos de consumo, assim como o histórico de pagamento do consumidor. Lembre-se de que bons pagadores obtêm vantagens, como taxas de juros menores e maior credibilidade no mercado.
Gostou do conteúdo? Então, aproveite e aprenda a montar sua própria planilha de controle de gastos!
Luana Dennis é analista de conteúdos da WeInvest. Como uma grande entusiasta das transformações que a educação financeira e o investimento inteligente e estratégico podem trazer na vida das pessoas ela visa sempre acompanhar de perto o mercado financeiro para produzir conteúdos de alto padrão.