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O que é Copom? Entenda para que serve



Se eu perguntar o que é Copom, você sabe responder? Muita gente vai dizer que é o Comitê de Política Monetária. Mas a sigla não explica exatamente o que esse órgão do Banco Central representa.

Para começar, é preciso saber que ele está relacionado à política monetária brasileira. Por isso, define a taxa básica de juros da economia, que interfere nos preços, nas cobranças em empréstimos e financiamentos e até nos seus investimentos.

Para deixar claro o que é o Copom, como ele funciona e para que serve, neste post, vou trazer as principais informações sobre essa entidade e como suas reuniões são importantes para os investidores. Saiba mais!

Afinal, o que é Copom?

O Comitê de Política Monetária é um órgão do Banco Central (Bacen) criado em junho de 1996 para definir as diretrizes da política monetária e estabelecer a taxa básica de juros da economia, ou seja, a Selic. Esses elementos são determinados a partir de reuniões, que eram feitas todos os meses e, a partir de 2006, passaram a ser realizadas a cada 45 dias.

Um dos propósitos do Copom foi aperfeiçoar os processos decisórios do Bacen, trazendo mais transparência. Por isso, sua criação foi feita de acordo com os moldes então vigentes na época. A inspiração veio, principalmente, do:

  • Federal Open Market Committee, dos Estados Unidos;
  • Central Bank Council, da Alemanha;
  • Monetary Policy Committee, da Inglaterra.

Como o Comitê de Política Monetária funciona?

Para funcionar de modo adequado, o Copom é formado por um colegiado. Nele, estão presentes o presidente do Banco Central e oito diretores:

  • de Administração;
  • de Fiscalização;
  • de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos;
  • de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural;
  • de Política Monetária;
  • de Política Econômica;
  • de Regulação;
  • de Relacionamento Institucional e Cidadania.

Esses membros votam todas as decisões. Em caso de empate, o presidente do Bacen tem o direito de fazer valer o que acha correto. Esse processo acontece em dois dias de reunião.

No primeiro dia, ocorre a Reunião de Mercado, em que são analisados os cenários econômicos e o desempenho, a produtividade, a inflação e a taxa de juros brasileira. No mesmo dia, à tarde, esse trabalho continua e são apresentadas, ainda, as expectativas de mercado para diferentes variáveis.

Já no segundo dia, a Selic é votada. Com base nas projeções e realidade indicadas na primeira reunião, é definida a taxa básica de juros da economia e sinalizadas as recomendações para a política monetária do país e a expectativa para os próximos meses, que pode ser de alta ou de baixa.

Todos esses dados servirão para o mercado aquecer ou não. Por exemplo, se a expectativa é de queda da Selic, o crédito fica mais barato e tende a haver uma aceleração na economia. Se for de alta, os investidores podem aplicar em títulos pós-fixados, que ajudam a ganhar mais no longo prazo.

Para que serve e quais são seus objetivos?

As decisões do Copom afetam tanto a vida dos cidadãos brasileiros quanto daqueles que investem — inclusive eu e você. A variação da Selic, por exemplo, tende a mudar as taxas de juros cobradas de empréstimos e financiamentos, ao mesmo tempo que modifica o retorno das aplicações financeiras.

Isso acontece porque a Selic pode ser encarada como o “preço do dinheiro”. Da mesma forma, o Copom ajuda o Bacen no seu trabalho de controlar o regime de metas da inflação. A ideia é manter o índice dentro do esperado.

Por isso, sempre que você confere o jornal, você vê que a inflação está em X%, dentro da meta estipulada pelo governo. Entendeu por que essa informação é repassada?

Tudo isso que citamos até aqui pode ser resumido em 3 objetivos principais seguidos pelo Copom:

  • implementação da política monetária;
  • estabelecimento da meta da taxa Selic;
  • análise do relatório da inflação.

Em outras palavras, o Comitê define o que deverá ser seguido pelo mercado, qual é a meta da taxa básica de juros e o que deverá ser esperado para os próximos meses. Esse relatório, inclusive, serve para os investidores basearem suas próximas ações.

Assim, você determina se é melhor escolher um título pré ou pós-fixado, o ativo que tende a oferecer melhor retorno etc. Portanto, há uma base mais segura para nortear suas ações — e para os profissionais fazerem suas indicações.

Como o Copom impacta os seus investimentos?

Mais que saber o que é o Copom, é preciso entender que ele impacta as suas aplicações financeiras. Isso acontece porque ele determina em quanto ficará a Selic — e a taxa básica de juros é usada para precificar quase todos os ativos disponíveis no mercado financeiro.

Além disso, o Comitê de Política Monetária também interfere na inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com esses indicadores, fica mais fácil saber:

  • quanto o dinheiro vai render em determinado investimento;
  • qual é a melhor opção para o momento;
  • como gerenciar as aplicações financeiras realizadas.

Aqui, é importante lembrar das categorias de investimentos. Elas podem ser da renda fixa e da variável e ter uma remuneração pré ou pós-fixada. O que isso tem a ver com o Copom? Vou explicar por partes.

A renda fixa está diretamente atrelada à Selic e ao IPCA. Mesmo aqueles ativos que variam conforme o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) — também chamado de taxa DI, que é aquela aplicada nas operações entre os bancos —, sofrem essa influência.

O motivo é simples: o CDI é regulamentado pela taxa básica de juros. Portanto, quando ela a varia, o CDI é influenciado.

Quando pensamos na renda variável, a Selic também interfere, ainda que de modo indireto. Primeiro, esses títulos seguem a mesma direção dos pós-fixados, que vamos abordar em seguida. Em segundo lugar, os modelos de valuation por fluxo de caixa descontado têm a Selic como um de seus componentes. Se ficou muito difícil entender, vale a pena saber que a taxa básica de juros interfere nos dois modelos.

Em relação ao retorno pré e pós-fixado, a correspondência também é clara. A Selic com perspectiva de baixa mostra que os papéis prefixados são melhores. Quando há tendência de alta, os pós-fixados são mais interessantes, porque você ganha mais.

Por isso, vale a pena ficar de olho nos relatórios do Copom para saber quais são as tendências para os próximos meses e ter uma chance maior de ter uma boa remuneração. A partir disso, você toma decisões mais seguras.

Agora que você sabe o que é Copom e sua importância para seus investimentos, já pode acompanhar as reuniões e conferir as decisões. É isso que eu faço e recomendo para ter mais segurança nas aplicações financeiras.

E você, acompanha os índices e tem dúvidas sobre o que fazer? Veja onde investir agora que a Selic caiu de novo.


Luana Dennis

Luana Dennis é analista de conteúdos da WeInvest. Como uma grande entusiasta das transformações que a educação financeira e o investimento inteligente e estratégico podem trazer na vida das pessoas ela visa sempre acompanhar de perto o mercado financeiro para produzir conteúdos de alto padrão.


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