Fundos imobiliários ou renda fixa? Quando o assunto é investimento um dos principais pontos é como fazer a diversificação da carteira de investimentos.
Para se ter noção, enquanto os Estados Unidos e Japão têm, respectivamente, cerca de 55% e 45% da população investindo em ações, o Brasil tinha uma pequena parcela de 3,5%, em fevereiro de 2021.
Com o exemplo, podemos perceber que muitos brasileiros sequer conhecem as classes de investimentos em renda variável existentes no mercado. A maioria dos brasileiros conhece apenas os tradicionais títulos de renda fixa e a poupança.
Afinal, foi isso que nos ensinaram a vida inteira. Hoje mostraremos que existem outras opções de investimentos além da renda fixa e da bolsa de valores. Continue a leitura para entender melhor!
A Selic, nada mais é do que a taxa básica de juros, ela é responsável pelo custo do crédito no Brasil. Assim, nos últimos anos, batemos recordes históricos dessa taxa, ou seja, tivemos um custo cada vez menor para o crédito.
Juntamente com o custo crédito, uma parte desses investimentos como o Tesouro Selic está vinculado a essa taxa. Dessa forma, quanto menor a taxa de juros, menor vai ser a rentabilidade desses investimentos.
Isso não quer dizer que os outros investimentos de renda fixa poderão trazer melhores resultados para sua carteira de investimentos. Na verdade, a Selic de forma geral está associada à economia do país como um todo. Por isso, impacta em outros investimentos como nos ativos associados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que geralmente é o benchmark dos outros produtos de renda fixa.
Há alguns anos, investir nesse tipo de ativo (renda fixa) proporciona um ótimo retorno, pois tínhamos no país uma taxa de juros elevada, além de ser um investimento seguro, um fator que o brasileiro preza tanto.
Como vemos no gráfico abaixo, a taxa Selic (taxa básica de juros da economia), está no patamar mais baixo já visto no Brasil. Isso faz com que a rentabilidade dos títulos de renda fixa também seja bem menor.
A poupança, por exemplo, possui sua remuneração tendo como base esta taxa (SELIC). Enquanto em 2003 ela rendia quase 1% ao mês, hoje rende apenas 0,371%.
Para entender melhor como funciona a remuneração da poupança, clique aqui.
Os demais títulos de renda fixa também são influenciados pela taxa de juros. Por isso, atualmente não estão apresentando rendimentos tão consideráveis.
Um CDB de um grande banco com vencimento em 5 anos, por exemplo, possui uma rentabilidade de 123% do CDI, o que corresponde a quase de 5,3% ao ano ou menos de 0,5% ao mês, e esses valores são brutos, sem desconto do IR (Imposto de Renda), ou seja, a rentabilidade real é ainda menor.
Dessa forma, o ideal para um investidor é desbravar novos mercados e tentar maximizar seu retorno. Para isso, é necessário sair da zona de conforto, mas de forma consciente. Sendo assim, os fundos imobiliários surgem como uma ótima alternativa.
Os fundos de investimento imobiliário (FII) representam um conjunto de investidores, que juntam seu dinheiro em busca de uma finalidade comum. Dessa forma, os recursos destinam-se ao desenvolvimento de empreendimentos imobiliários. Como construção de imóveis, aquisição de propriedades prontas, locação ou arrendamento.
Os fundos podem investir em diversas classes de imóveis como estabelecimentos comerciais, shopping centers hospitais, entre outros. Por lei, eles devem distribuir aos seus cotistas, no mínimo, 95% do lucro auferido. De maneira que, o investidor receberá esse lucro de forma proporcional à quantidade de cotas que possui.
Como investir em fundos imobiliários? Aprenda a fazer boas escolhas
Existe mais de uma possibilidade para você investir nas famosas FII’s. Dessa forma, após reconhecer os seus objetivos e alinhá-los à sua carteira, torna-se mais fácil a decisão sobre o tipo de Fundo Imobiliário mais adequado para você.
Os FII’s se diferenciam pela sua forma de aplicação, estratégia de investimento e risco específicos e, são classificadas pela Anbima da seguinte forma:
Nos fundos imobiliários, as aplicações mínimas giram em torno de R$100,00. Esse é um valor bem mais baixo que o de um apartamento ou qualquer outro imóvel.
Por meio dos fundos é possível investir em diversos tipos de imóveis como shoppings, hospitais, hotéis, entre outros. Assim, dificilmente um investidor comum seria capaz de realizar esses investimentos fora de um fundo imobiliário.
Embora, a maior parte dos fundos seja dedicada para um tipo de ativo imobiliário específico, alguns possuem uma carteira diversificada. Assim, com a mistura de imóveis num mesmo portfólio, o risco diminui.
O investidor deve se preocupar apenas com as taxas de administração do fundo. Pois, são mais baratas do que os valores envolvidos nas negociações diretas com imóveis que envolvem gastos com escritura, ITBI, taxa de corretagem, entre outros.
As cotas são negociadas em Bolsa, reduzindo o risco de não conseguir vender o ativo. Dessa forma, transfere-se o valor para a conta do investidor 3 dias após a venda, sem complicações burocráticas.
Pela lei que regulamenta os FIIs, 95% dos rendimentos e ganhos líquidos do investimento devem ser distribuídos. Esses rendimentos mensais estão livres do pagamento de imposto de renda para investidores pessoas físicas.
A queda da taxa Selic prejudicou muitos os investimentos em renda fixa, porém esse movimento beneficia os fundos imobiliários. Com juros real (rendimento do investimento em um período menos a inflação mensurada naquele mesmo espaço de tempo) próximo de 4%, os FIIs ficam mais atrativos.
Isso ocorre porque, em um cenário de redução da taxa de juros, a tendência é que todas as outras taxas do mercado também reduzam. Assim, resultando em uma situação de crédito mais promissora. Ou seja, mais acessível, às empresas e às famílias brasileiras. Por consequência, existe uma tendência de que haja um incentivo ao consumo.
Com o aumento do consumo, a demanda por bens e serviços aumenta, estimulando as empresas a investirem.
Dessa forma, o mercado consumidor se expandindo e as empresas crescendo, o segmento imobiliário se beneficia. Sendo assim, a vacância (parcela não alugada de um imóvel) cai e os preços dos alugueis dos imóveis sobem, o que contribui positivamente para os fundos imobiliários.
No que diz respeito a regulamentação sim, pois os Fundos Imobiliários são supervisionados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e pela B3. Contudo, isso não desqualifica uma parcela de risco nos investimentos.
Assim como, a influência de acontecimentos externos, como por exemplo, no ano de 2019, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) registrou uma alta de 36%. Nesse sentido, durante o advento da pandemia global, os investidores viram seus rendimentos se dissolverem em 82% de janeiro a maio de 2020, segundo levantamento feito pelo clube FII. Isso porque muitos empreendimentos tiveram que atrasar os pagamentos devido à falta de giro na economia, causada pelos lockdowns.
Contudo, segundo o especialista em Fundos de Investimentos Imobiliários da Suno Research, Marcos Baroni, “os FIIs têm um componente fundamental que os tornam mais atrativos para qualquer perfil: a renda mensal recorrente, que dá maior previsibilidade para o investidor”.
Não só a quantidade de FIIs no Brasil cresceu consideravelmente nos últimos anos, conforme ilustra o gráfico abaixo, como o setor imobiliário se valorizou como um todo.
Entretanto, antes de investir em um FII você deve saber se esse investimento está alinhado com seu perfil e objetivos. Caso você seja completamente avesso aos riscos, o melhor será manter a maior parte dos seus investimentos em ativos mais seguros, mas sempre buscando alternativas, como a realização de gestão ativa, para maximizar o retorno.
Além disso, é importante que você analise alguns pontos antes de investir num fundo imobiliário, de forma a escolher aquele que mais combine com você.
Para que você saiba qual a parcela de seus investimentos deve alocar em Fundos Imobiliários ou Renda Fixa, de forma que permaneça alinhado a seu perfil, sem se expor demais e sem perder oportunidades de potencializar seus investimentos, nós podemos ajudar. Oferecemos-lhe assessoria gratuita e te atualizamos sobre as melhores oportunidades do mercado.
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Luana Dennis é analista de conteúdos da WeInvest. Como uma grande entusiasta das transformações que a educação financeira e o investimento inteligente e estratégico podem trazer na vida das pessoas ela visa sempre acompanhar de perto o mercado financeiro para produzir conteúdos de alto padrão.