O follow on, ou oferta subsequente de ações, é um processo feito por empresas na bolsa de valores que buscam captar recursos. Este processo nem sempre é claro, especialmente para novos investidores. O que leva uma empresa listada em bolsa a aumentar a quantidade de ações listadas? Como isso afeta os acionistas? Veja a seguir!
Empresas com capital aberto em bolsa realizam, primeiramente, uma primeira oferta pública de ações (chamada IPO). Algum tempo depois, é bastante comum que a empresa decida fazer uma nova oferta de ações, chamada follow on ou oferta subsequente de ações.
Como maior vantagem, oferecer um maior número de ações para se listar em bolsa aumenta a liquidez daquela empresa. Pela instrução 400 da CVM, a oferta subsequente de ações deve ser feita ao público geral, tanto institucionais e bancos quanto ao público de varejo, a fim de ser divulgada de maneira ampla, transparente e adequada.
Além disso, pela instrução 476 da CVM, outra maneira de fazer a oferta subsequente de ações é dando aos investidores profissionais o direito de subscrição. Tratar-se-ia, portanto, de uma oferta privada. Através dela, acionistas e instituições compradas no papel têm direito de comprá-lo antes da oferta a amplo público. O processo de oferta restrita costuma, portanto, ser menos burocrático que a oferta pública.
Uma empresa pode vir a fazer follow on na B3 para captar recursos para financiamento de projetos, aumentar sua capacidade produtiva, além do próprio aumento da liquidez e de gerar uma maior solidez no mercado de capitais brasileiro, uma vez que capta mais recursos.
O follow on, portanto, auxilia empresas a estimularem crescimento e terem uma maior quantidade de caixa para realizar determinados projetos.
A maior vantagem para os acionistas é a liquidez do papel. Aumentando a quantidade de ações, naturalmente, há uma maior circulação destas, o que facilita a negociação dos papéis no home broker.
Também num período de maior insegurança ou que a empresa passa por alto endividamento, pode-se optar pelo follow on para reforçar o caixa. Desta forma é possível diminuir a alavancagem e realizar determinados projetos que aumentam o valor da empresa.
Importante ressaltar que existem duas maneiras de se realizar follow on: a primária e a secundária.
A oferta primária de ações é feita quando a própria empresa lança as ações em mercado. Estas ações são precificadas através de um processo denominado bookbuilding: a partir dele, a empresa consegue precificar as ações por meio da demanda dos investidores. Assim, há um aumento no capital social da empresa.
A oferta secundária, em contrapartida, acontece quando um acionista majoritário coloca suas ações a venda para os demais. Através deste processo, há uma diluição do número de acionistas, mas, por serem ações já existentes, não há alteração no capital social da empresa.
Importante ressaltar que follow on e desdobramento de ações são coisas distintas. Quando há um follow on, como já dito anteriormente, há uma nova oferta de ações de determinada empresa. Em contrapartida, quando há um desdobramento, o acionista tem suas cotas divididas.
Por exemplo, recentemente, houve um desdobramento de cotas do BTG Pactual (BPAC11) de 4×1. Isso quer dizer que se um acionista tinha 1000 ações da empresa, agora, passa a ter 4000.
Com um desdobramento, geralmente uma empresa capta novos investidores com ações por um preço mais baixo. Este processo inevitavelmente também beneficia a liquidez e diminui o spread do book de ofertas.
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Graduanda em Relações Internacionais com especialização em mercados financeiros, copywriting e comércio exterior. Pesquisadora voluntária em cooperação internacional europeia. Monitora no núcleo de Economia Política Internacional. Apaixonada por educação financeira e produção de conteúdo.