Sabemos que para evitar os riscos na carteira, a diversificação é sempre muito importante. No entanto, nem todos sabem que para uma boa diversificação é interessante ter ativos com correlação negativa. Também sabemos que determinadas variáveis econômicas (por exemplo, dólar) afetam diretamente o preço de determinados ativos. Isto também tem a ver com correlação. Esta medida matemática é utilizada em diversas estratégias de gestão de carteira, como pulverização, por exemplo. Você sabe o que é correlação entre ativos? Nós explicamos!
Correlação entre ativos é uma medida estatística que ajuda a compreender de que forma o desempenho de um ativo influencia o outro. A correlação é medida entre -1 e 1, sendo 1 a correlação de dois ativos que caminham de forma 100% similar.
Um exemplo comum dentro do mercado financeiro é a correlação entre o dólar e o índice Ibovespa. Quando o dólar sobe, via de regra, o Ibovespa tende a cair, e vice versa. Portanto, o dólar e o índice são dois ativos de correlação negativa.
Esta relação entre o dólar e o Ibovespa não quer dizer, no entanto, que a correlação representa uma relação de causa e consequência. Na realidade, o que acontece é que o comportamento dos preços do índice e do dólar tendem a afetá-los de maneira oposta, daí a baixa correlação.
Positiva: a correlação positiva ocorre em ativos que se desempenham de maneira semelhante. É o caso, por exemplo, do preço do petróleo Brent e os ativos da Petrobrás.
Negativa: correlação negativa é o exemplo citado acima entre o Ibovespa e o dólar. Quando um dos ativos tem um desempenho ascendente, o outro tende a cair, e vice versa.
Neutra: correlação neutra acontece em ativos que, aparentemente, não têm relação aparente. Também é chamada de descorrelação.
É importante dizer que dificilmente um ativo terá correlação perfeitamente positiva ou perfeitamente negativa (+1 e -1, respectivamente). Correlação perfeita é um modelo teórico que ajuda a compreender a aplicação prática desta medida estatística.
Saber a correlação entre seus ativos é importante porque para uma boa diversificação é sempre interessante ter ativos que não estejam correlacionados. Desta forma, é possível ter ganhos em diferentes cenários. Daí a expressão: “não colocar todos os ovos numa mesma cesta”.
Howard Marks, co-fundador da Oaktree Capital Management e autor do best seller “The Most Important Thing”, diz que diversificação é o único almoço grátis no mercado. Por isso, saber a correlação entre os ativos da sua carteira é de extrema importância.
Imagine, por exemplo, que você opte por concentrar sua carteira em ações da Petrobrás e no setor petrolífero. Você opera contratos em dólar, futuros em petróleo brent e ações PETR3 e PETR4 (ordinárias e preferenciais, respectivamente). No entanto, devido a uma crise, o preço do petróleo cai bruscamente e isso acaba derrubando o preço do brent. Pela correlação positiva, esta crise acaba afetando toda a sua carteira e te gerando grande prejuízo.
Em contrapartida, se sua carteira estiver bem diversificada em diferentes papéis, tipos de investimentos, moedas e mesmo países, o impacto de uma crise no setor petrolífero acaba sendo muito pequeno.
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Graduanda em Relações Internacionais com especialização em mercados financeiros, copywriting e comércio exterior. Pesquisadora voluntária em cooperação internacional europeia. Monitora no núcleo de Economia Política Internacional. Apaixonada por educação financeira e produção de conteúdo.
