Você gostaria de saber o que são offshores para aplicar em ativos financeiros no exterior? Se essa é a sua dúvida, então provavelmente está em busca de uma modalidade de investimento mais protegida ou em moeda forte.
Nesse caso, é bom considerar que o real está em um mal momento, com sucessivos recordes negativos perante moedas como o dólar americano e o euro.
Contudo, não é apenas a questão cambial que conta antes de decidir se vale a pena ou não expatriar investimentos. Como toda aplicação financeira, aquelas feitas no exterior também estão sujeitas a riscos.
Expor esses riscos e, claro, as vantagens de aplicar fora do Brasil é o objetivo deste conteúdo. Tenho certeza de que, avançando tópico por tópico na leitura, você contará com informações de qualidade e tomará melhores decisões ao investir. Vamos em frente, então?
O termo offshore é usado pelos brasileiros para designar todo tipo de atividade financeira realizada em território estrangeiro. Também é muito empregado pelo pessoal que trabalha em comércio marítimo e no segmento de Óleo & Gás.
Assim sendo, empresas offshore são aquelas sediadas fora do Brasil e, portanto, sujeitas a leis e regras distintas das de nosso país. Vale destacar que não há nada de ilícito em investir nessas empresas e instituições financeiras; desde que as regras fiscais e tributárias sejam seguidas, é perfeitamente legal aplicar em ativos no exterior, não importa o país e a modalidade.
Já vai longe o tempo em que, para investir em outros países era necessário abrir uma conta em um banco estrangeiro e cruzar nossas fronteiras. A crescente digitalização das operações financeiras e a desbancarização do sistema econômico em nível mundial, hoje, permitem que se invista lá fora a partir do Brasil.
Nesse caso, o investidor — ou holder — pode abrir uma conta nas chamadas plataformas de investimentos. Embora elas prestem serviços financeiros, se diferenciam dos bancos convencionais por algumas características. Uma delas é justamente focar suas operações em ativos financeiros e não na movimentação de dinheiro em contas correntes.
Dessa forma, as plataformas podem oferecer algumas vantagens que não são possíveis em bancos comuns. Afinal, elas têm como principal atividade gerar rendimentos para os seus clientes e, para isso, precisam oferecer ativos financeiros que tragam retorno.
Agora que você sabe o que são offshores no sentido prático, pode entender melhor os prós e contras de se aplicar dinheiro em empresas e fundos localizados fora do Brasil.
Como vantagem principal, o que se pode dizer a respeito dos investimentos offshores é que eles são muito mais variados. Na NYSE, a bolsa de Nova Iorque, por exemplo, estão listadas mais de 2,3 mil empresas com valor de mercado estimado de 28 trilhões de dólares. Já na B3, a bolsa brasileira, a quantidade de empresas mal chega a 100, cujo valor de mercado total ultrapassa pouco mais de 1 trilhão de dólares. Isto é mais que suficiente para você considerar as offshores.
Por outro lado, embora esteja mais acessível hoje, o investimento no exterior ainda é visto como ideal apenas para holders qualificados, ou seja, quem tem mais capital para aplicar. Isso porque muitos dos ativos financeiros exigem aportes iniciais de centenas de milhares de reais para serem de fato rentáveis.
O investimento offshore é sempre indicado como parte de uma estratégia de diversificação. No entanto, ele se torna particularmente mais vantajoso para brasileiros que pretendem aplicar no longo prazo. Países como os Estados Unidos têm sistemas bancários e economias muito mais sólidas, o que confere mais segurança na hora de investir.
Um panorama diferente se verifica no Brasil, onde nos últimos 30 anos tivemos diversas instabilidades políticas e econômicas que prejudicaram os rendimentos em geral. Cabe ressaltar que, com a atual crise do novo Coronavírus, a B3 foi a bolsa que mais sofreu perdas em todo o mundo. As quedas foram tão severas que, em março de 2020, ela acionou sucessivos circuit breakers, que é a paralisação do pregão quando a queda no índice é maior que 10%.
Essencialmente, uma empresa onshore se diferencia de uma offshore pela sua localização. Sendo assim, todas as organizações com capital aberto situadas fora do Brasil podem ser categorizadas dessa forma. Outra maneira de distingui-las é pela forma como seus papéis são negociados na bolsa de valores doméstica. Ativos como os BDRs pertencem necessariamente a empresas estrangeiras.
Nesse aspecto, importa destacar alguns casos de empresas brasileiras que, ao abrirem capital, preferiram o mercado externo. É o caso, por exemplo, dos unicórnios Stone, Pagseguro e Arco Educação. O motivo? A maior segurança de mercados mais robustos como o dos Estados Unidos.
Para aplicar em ativos financeiros de empresas de fora do Brasil, é preciso primeiro abrir conta em uma plataforma de investimentos que permita esse tipo de negociação. Lembre-se de que, ao pesquisar, é fundamental conhecer as taxas praticadas e ter em consideração que suas transações serão taxadas ao sair e ao ingressar no Brasil. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), taxas de carregamento, Imposto de Renda e o próprio câmbio são redutores de lucros. Por isso, avalie bem a instituição financeira e a aplicação que pretende fazer.
Com uma boa orientação, o investimento offshore pode de fato render mais, especialmente se o objetivo é de longo prazo. Fique por dentro dos principais ativos financeiros disponíveis a partir do Brasil, e entenda como funcionam antes de aplicar.
Os Exchange Traded Funds são formados por diversos ativos que, por sua vez, tomam um indicador econômico para referenciá-los. E já que destaquei neste conteúdo o mercado norte-americano, um dos ETFs disponíveis para investir a partir do Brasil é justamente o que se baseia na S&P 500, o índice composto pelas 500 maiores empresas ianques.
Os fundos de investimento têm seu patrimônio formado por um conjunto de ações de outras empresas que os tornam mais rentáveis e seguros. Eles também podem ser mesclados a outros fundos de menor risco como estratégia para equilibrar seus rendimentos.
Eles são uma boa porta de entrada para holders iniciantes ou sem tanto capital para investir, já que muitos permitem investimentos iniciais a partir de R$ 1 mil.
Os Brazilian Depositary Receipt, também conhecidos como Certificado de Depósito de Valores Mobiliários (CDVM), são considerados também como uma porta de entrada. É a maneira mais simples de se investir em empresas de fora do Brasil, já que seus títulos são lastreados em operações offshore. Por meio de um BDR, é possível negociar ações de empresas como Apple, Amazon ou Microsoft.
Tendo em conta o que são offshores, é preciso também considerar que, por mais rentáveis que possam ser, pertencem a uma categoria de investimento de risco. Ou seja, as chances de perdas sempre vão existir, da mesma forma que acontece no mercado doméstico. Minha dica para maximizar seus ganhos, nesse caso, é para que você faça aplicações com uma orientação profissional, de preferência em uma plataforma destinada a brasileiros. Além disso, a diversificação é sempre um requisito para quem investe no mercado financeiro.
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Luana Dennis é analista de conteúdos da WeInvest. Como uma grande entusiasta das transformações que a educação financeira e o investimento inteligente e estratégico podem trazer na vida das pessoas ela visa sempre acompanhar de perto o mercado financeiro para produzir conteúdos de alto padrão.