O que é o Fiagro?
Essa pergunta está sendo feita frequentemente por muitos investidores, visto que é uma classe de ativos nova no mercado de capitais.
Entretanto, é importante lembrar que o Fiagro é diferente dos Fundos Imobiliários do Agronegócio.
Os Fundos Imobiliários do Agronegócio investem em propriedades rurais com foco em retornos consistentes por meio do arrendamento e da valorização das terras
Em contrapartida, o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) é uma junção dos recursos de vários investidores para a aplicação em ativos de investimentos do agronegócio.
Nesse sentindo, eles podem ser de natureza imobiliária rural ou de atividades relacionadas a produção do setor.
O Fiagro é uma ferramenta importante que aproxima o agronegócio do mercado de capitais. Ou seja, é um instrumento que permitirá que os investidores nacionais e estrangeiros invistam no agronegócio, também conhecido por ser o setor mais relevante da economia brasileira.
Dessa forma, é uma maneira de captar recursos dos investidores para direcioná-los para a aquisição dos seguintes ativos:
Além disso, estes fundos serão geridos profissionalmente por instituições do mercado financeiro, como bancos e DTVMs (Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários).
Como dito anteriormente, essa classe de ativos permite que os investidores tenham acesso à produtos relacionados ao agronegócio.
Nesse sentido, é uma oportunidade de investir no setor mais relevante da economia brasileira, visto que foi responsável por 26,6% do total do PIB brasileiro, de acordo com o IBGE.
Ainda mais, o PIB do agro avançou 5,7% no primeiro trimestre de 2021, sendo responsável por tirar o PIB brasileiro do negativo, aumentando 1,2%.
Além disso, o Fiagro foi criado pela Lei n°14.130/21 e depois foi inserida na Lei n°8.668/93, que regula os Fundos Imobiliários. Dessa forma, os investidores pessoas físicas de Fiagro terão a mesma isenção dos investidores pessoas físicas de FIIs.
Entretanto, ainda sim, o Fiagro possui uma vantagem tributária em relação aos FIIs.
Esse diferimento está no Imposto de Renda sobre ganho de capital na venda de imóveis rurais ao fundo. Ou seja, o investidor que detém um imóvel rural poderá transferir essa propriedade ao Fiagro, sem realizar, no primeiro momento, o recolhimento do ganho de capital.
No mais, é importante lembrar dos possíveis riscos ao investir no mercado de renda variável.
A volatilidade estará presente, independentemente da qualidade do produto.
Além disso, por ser uma nova classe de ativos, também existe a possibilidade de má precificação do produto pelo mercado, o que impacta diretamente na cota.
Entretanto, é importante lembrar que são nas situações de má precificação de ativos com bons fundamentos que as oportunidades de compra aparecem.
Já existem duas ofertas de fundos de agronegócio na CVM.
A primeira delas é o Fiagro Santa fé Terra Mater, que pretende captar R$ 500 milhões, por meio de cotas no valor de R$ 100.
A gestora pretende aplicar os recursos em ativos de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), Certificados de Recebíveis Imobiliários lastreados em crédito imobiliários oriundos de imóveis rurais e cotas de fundos de investimento.
A segunda oferta é do Riza Agro, que pretende captar R$ 350 milhões, por meio de cotas no valor de R$ 10.
A gestora pretende aplicar os recursos captados em ativos de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).
Em suma, o Fiagro é uma classe de ativos que pode ser uma boa alternativa de diversificação para os investidores, visto que atuará em um dos segmentos mais relevantes do mercado nacional.
Entretanto, é importante lembrar que existem riscos, como qualquer outro investimento.
Dessa forma, cabe ao investidor balizar o custo benefício e a relação de risco e retorno dessa classe de ativos com o seu perfil de investimento.
Graduando em Economia com especialização em finanças pela UFMG. Sou um verdadeiro entusiasta do Mercado de Capitais, principalmente quando se trata de Fundos Imobiliários.
