fbpx Entenda o que está por trás do colapso do preço do petróleo nos EUA

Entenda o que está por trás do colapso do preço do petróleo nos EUA

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EFEITOS DO CHOQUE DO PETRÓLEO NO BRASIL E NO MUNDO 

A economia brasileira tem apresentado uma recuperação lenta e impactada não só por suas limitações, mas também por uma série de choques que vêm retardando o crescimento. Houve o “Joesley Day”, greve dos caminhoneiros, trade war, incerteza eleitoral e, mais recentemente, a nova crise da Argentina. No entanto, podemos nos deparar com um novo choque adverso, dessa vez a elevação do preço do petróleo nos EUA e no mundo.

O ATAQUE A UNIDADES DA PETROLEIRA DA SAUDI ARAMCO  

O ataque terrorista perpetrado no dia 14/09 contra a instalação de processamento de Abqaiq, na Arábia Sauita, pode gerar uma redução na oferta de petróleo saudita na casa de 5 milhões de barris por dia. Tal redução pode ser em parte compensada pelo aumento de produção de outros países da Opep e até mesmo produtores americanos que exploram o “shale gas”. No entanto, essa elevação pode demorar alguns meses e o custo marginal de exploração do petróleo pode subir. 

Outros fatores que podem ajudar a mitigar a alta do preço do petróleo são os estoques estratégicos da Arábia Saudita e EUA, mas eles podem ser insuficientes. 

Sendo assim, a tendência é de que os preços do petróleo sofram uma elevação. Além dos fatores que já foram citados e que contribuem para isso, destaco o aumento dos prêmios de risco geopolítico em sua cotação, que contribuem para uma alta maior e por mais tempo. 

O ataque terrorista já gerou impactos na cotação de hoje, dia 16/09/2019.

POSSÍVEIS IMPACTOS DA ALTA DO PREÇO DO PETRÓLEO NOS EUA

Choques do petróleo são, em geral, choques de oferta negativos que geram inflação (há um aumento dos custos de produção) ao mesmo tempo em que reduz o crescimento. A boa política monetária tenta combater os efeitos secundários de um choque de oferta, o que significa que o banco central tende a reagir não para impedir o aumento do preço dos combustíveis e sim para que esse aumento de preço contamine o resto da economia. 

Caso o choque seja muito grande e de natureza permanente (caso haja uma escalada bélica no oriente médio) há grandes indícios para que ocorra uma elevação das taxas de juros em todo o mundo (tanto de curto, quanto de longo prazo). 

Taxas maiores de juros e menor crescimento se traduzem em um impacto negativo para as ações e maiores prêmios de risco para mercados emergentes. Também há um efeito negativo para commodities em geral (exceto petróleo, por motivos óbvios). 

Dessa maneira, o choque pode ser bastante negativo para o Brasil, reduzindo o espaço para quedas adicionais dos juros, queda da bolsa, elevação das taxas longas e abertura de spreads de crédito. Também tendemos a sofrer com a queda dos preços de commodities. Podemos citar que seremos beneficiados nos leilões de excedente de petróleo do Pré-Sal por ser um ativo em área com menor risco geopolítico.

Todas essas consequências dependem do tamanho e duração do choque que experimentaremos e, caso a situação se reverta rapidamente, pode constituir excelente ponto de entrada em diversos ativos. O momento pede cautela e o Brasil precisa acelerar as reformas para se blindar dos choques adversos que têm nos contaminado de forma recorrente.

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Clara Sodré

Graduanda em Relações Internacionais com especialização em mercados financeiros, copywriting e comércio exterior. Pesquisadora voluntária em cooperação internacional europeia. Monitora no núcleo de Economia Política Internacional. Apaixonada por educação financeira e produção de conteúdo.


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