Este ano, o bitcoin atingiu máxima histórica. Em movimento análogo, várias outras criptomoedas apresentaram altas consecutivas desde o começo da pandemia. No entanto, sabemos que as criptomoedas em si e a tecnologia blockchain é desconhecida por muitos. Por isso, nós escrevemos este artigo explicando o que é esta tecnologia e qual sua importância para este tipo de ativos.
Criptomoedas são ativos 100% digitais. O grande atrativo das criptomoedas é não terem vínculos com qualquer governo. A primeira criptomoeda foi feita em 2009 por Satoshi Nakamoto – e não se sabe ao certo se ele é de fato uma pessoa ou um grupo de pessoas, tampouco se sabe sua identidade.
No ano de criação, 1 bitcoin valia menos de US$1,00. Em 2021, chegou a bater US$60.000,00.
Segundo o artigo de Satoshi Nakamoto em 2005, “Bitcoin: um sistema de dinheiro eletrônico de peer to peer”, os custos da intermediação financeira aumentam, inevitavelmente, os custos de transação, o que limita a possibilidade de pequenas transações.
Por isto, as criptomoedas, enquanto moedas eletrônicas, funcionam à base de uma cadeia de assinaturas digitais – o blockchain.
A tecnologia blockchain, ou, em tradução literal, cadeia de blocos, funciona através do que Nakamoto chama de um servidor timestamp.
Este servidor permite rastrear a circulação de informações na internet através de blocos de dados criptografados que formam entre si uma corrente – por isto o nome blockchain.
De maneira mais simples, o sistema marca e mapeia as transações e as coloca numa corrente, fazendo uma espécie de cadeia complexa e inalterável, que torna as transações irrastreáveis.
A tecnologia blockchain foi desenvolvida dentro da computação em nuvem, motivo pelo qual não é possível rastrear as transações.
As transações são gravadas num ledger, uma espécie de livro-razão, onde elas não podem ser apagadas.
A mineração de criptomoedas é um conjunto de ações que busca validar as transações destas mesmas moedas. Em outras palavras, é o que possibilita a tecnologia blockchain, na medida em que busca encontrar uma sequência de ‘blocos’ que dê seguimento à cadeia do blockchain.
Um minerador, que busca fazer esta conexão da cadeia de blocos, chega a receber 12 bitcoins para cada bloco de transações compatível com a cadeia. Com a sofisticação dos softwares, a mineração das criptomoedas se tornou uma tarefa mais e mais difícil, e, o trabalho de minerador, cada vez mais bem remunerado. Um bloco de transações de criptomoedas é formado a cada 10 minutos. Dessa forma, o tempo máximo que um minerador tem para encontrar uma sequência de blocos que seja compatível com a anterior.
O fato de serem ativos digitais com escassez (ou seja, já um limite para sua impressão) é um dos fatores que tornam criptomoedas atrativas. A cada quatro anos, há um corte automático que faz com que as emissões caiam com o passar do tempo.
Este corte automático, chamado halving, ocorre de maneira inversa aos governos: enquanto com o passar dos anos há mais e mais oferta monetária, no mundo das criptomoedas, a quantidade disponível é decrescente.
Por ser uma moeda limitada, há também uma segurança em matéria de inflação. Com a crise do coronavírus, diversos países hoje experienciam uma pressão inflacionária decorrente da alta emissão de moeda – o que não ocorre com as criptomoedas.
Além disso, acredita-se que, num futuro próximo, muitos dos bancos terão parte de suas reservas financeiras em bitcoin e outras criptomoedas, pelas próprias características intrínsecas de ativos digitais. A institucionalização das moedas tende a ser um motivo ainda maior para sua valorização.
Para muitos analistas, hoje em dia, uma carteira bem diversificada deve ter criptomoedas, pelo seu potencial de valorização e por ser um hedge contra o sistema monetário internacional e os governos. Por isso, diversas das mais importantes corretoras já disponibilizam fundos de criptomoedas, como o fundo Hashdex Cripto, disponível na XP Investimentos, e o Transfero Swiss.
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Graduanda em Relações Internacionais com especialização em mercados financeiros, copywriting e comércio exterior. Pesquisadora voluntária em cooperação internacional europeia. Monitora no núcleo de Economia Política Internacional. Apaixonada por educação financeira e produção de conteúdo.