Se analisarmos ao longo da história humana vemos que investir em ouro desempenhou um papel muito importante nas relações de poder entre os povos.
De 1875 à metade do século XX, o sistema monetário mundial foi integrado pelo ouro, usado como referência econômica internacional (“padrão-ouro”).
Nesse modelo, estipulava-se a obrigatoriedade de cada país manter parte relevante de suas reservas internacionais na forma de ouro, e eram essas reservas que definiam as políticas de comércio exterior de cada nação.
No final do século XX o dólar foi fixado como referência mundial, no entanto o ouro não perdeu seu prestígio. Em 2018, por exemplo, os Bancos Centrais pelo mundo compraram mais ouro do que em todos os anos anteriores, desde 1971.
Mas você sabe exatamente por que o ouro continua sendo tão importante e uma opção de investimento para muitas pessoas? Descubra isso nesse artigo!
O ouro é menos suscetível à especulação dos bancos e do mercado, por isso resistiu a diversas guerras e catástrofes naturais. Ele pode ser vendido em qualquer momento e em qualquer lugar do planeta, por isso é chamado de “dinheiro real”. Na prática, ele preserva patrimônio e compensa o risco de outras aplicações financeiras tradicionais.
Os investidores procuram investir nesse metal principalmente nos momentos de crise e pressão inflacionária. Isso porque o valor dele varia por uma pura lei da oferta e demanda. Durante crises os investidores tendem a retirar o capital da bolsa de valores e do dólar e procuram ouro, fazendo com que esse ativo se valorize.
Assim, se você perceber tendência de queda do dólar e perda de fôlego nos gráficos da bolsa (sinais de crise econômica), é bem provável que ocorra uma valorização do ouro em seguida. Foi o que aconteceu entre 2008 e 2010, quando o preço do metal avançou 48%.
É muito importante lembrar que diferentemente do papel-moeda, metais preciosos têm prospecção limitada. Além disso, é um mineral que já foi muito explorado, dessa forma com a escassez das jazidas mundiais a parte que ainda circula no mercado tende a se valorizar ainda mais.
Como foi dito acima, o fator que influencia nas flutuações da cotação do ouro é a lei da oferta e da procura.
Entretanto, esse fluxo de compra e venda decorre de outros elementos macroeconômicos — como cotação do dólar (relação inversamente proporcional), inflação (o metal tende a se valorizar em momentos de deflação) e taxa de juros (quando elevada, aumenta o custo de oportunidade do investimento em ouro).
Assim como em qualquer investimento, a aplicação em ouro tem vantagens e desvantagens. Veja algumas delas logo abaixo:
Como sabemos, hoje em dia é incomum comprar uma barra de ouro e sair com ela pela rua. No entanto, é possível investir em ouro de três formas. Conheça cada uma delas a seguir.
Você pode fazer investimento em ouro negociando contratos na B3. Para isso, você precisa abrir uma conta em uma corretora.
Um contrato fechado (barra de 250g, código OZ1D) custa em torno de R$ 40 mil. Mas, você também pode negociar contratos menores, de 10g (código OZ2D), que custa em média R$ 1.600,00 e até 0,225g (código OZ3D), com custo médio de R$ 35,00. Entretanto, é importante destacar que nos contratos fracionados há menor liquidez.
Outra opção para investir em ouro é entrar em fundos de investimentos lastreados nesse metal. Há fundos que investem exclusivamente em ouro e outros, como os multimercados, que podem aplicar em diversos ativos, inclusive metais preciosos. A grande vantagem de investir através de um fundo é ter gestão profissional de seus recursos. No entanto, para obter esse serviço você terá que pagar taxa de administração.
Há também outra possibilidade, bem à moda antiga, que é comprar o metal em barras. Esse é um processo um pouco mais complicado, você terá que procurar uma instituição financeira que comercialize o ativo e fazer seu cadastro.
Além disso, é preciso encontrar um banco custodiante para guardar seu ouro e pagar uma taxa de custódia mensal sobre o volume financeiro mantido, esta pode variar de 0,07% a 0,15%.
Outra opção para a compra física é negociar diretamente com uma distribuidora do metal, como a OM DTVM e a Marsam DTVM, e manter a custódia em sua própria casa. Nesses casos, as distribuidoras costumam cobrar uma taxa de 1% sobre o valor negociado.
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Graduanda em Relações Internacionais com especialização em mercados financeiros, copywriting e comércio exterior. Pesquisadora voluntária em cooperação internacional europeia. Monitora no núcleo de Economia Política Internacional. Apaixonada por educação financeira e produção de conteúdo.