Vou viajar para fora do Brasil no final do ano, compro dólar agora ou deixo pra comprar mais perto do dia da viagem? Essa é uma pergunta frequente entre muitas pessoas. É um questionamento que eu já ouvi várias vezes, muitos acham que o fato de a pessoa entender do mercado financeiro ela tem que saber exatamente qual rumo o dólar tomará. Mas o fato é que ninguém sabe isso. Não há como prever ao certo, mas há formas de especular com base em perspectivas futuras do mercado. Te mostrarei aqui a opinião e argumentos de alguns dos maiores gestores do mercado financeiro sobre o que esperar do dólar.
Muitos fatores podem determinar a valorização ou queda do dólar em relação ao real. De forma geral, quando há muita oferta dessa moeda no país, ela tende a se desvalorizar. E o contrário também ocorre, quando há um excesso de demanda a tendência é que ela se valorize.
Quando, por exemplo, o Banco Central americano anuncia que aumentará os juros, isso pode fazer com que algumas pessoas que tenham dinheiro investido no Brasil passem a investir nos Estados Unidos por conseguirem uma taxa mais atrativa lá. Sendo assim, sairá dólar do país e ele tende a se valorizar.
Momentos de crise no Brasil, déficit comercial (importações maiores que exportações) e queda na taxa de juros brasileira são outros fatores que influenciam na valorização do dólar frente ao real.
Dentre os motivos que contribuem para uma desvalorização do dólar podemos citar a alta dos juros brasileiro, superávit comercial, perspectiva de crescimento econômico, entre outros.
Estamos vendo em 2019 uma performance positiva da bolsa brasileira e de commodities, enquanto as moedas emergentes vêm apresentando um desempenho ruim. Isso lembra o mesmo período de 2018, quando vimos o início do movimento do dólar forte que se estendeu pelo restante do ano.
O cenário atual, contudo, é diferente do ano passado e por isso muitos gestores não acreditam na repetição dessa pressão sobre as moedas emergentes. Primeiramente, o fortalecimento do dólar em 2018 pode ser explicado, em grande parte, pelo fato de a economia americana ter registrado um crescimento muito forte, enquanto as demais economias (em especial Europa e China) decepcionaram.
Este ano, no entanto, a economia chinesa está demonstrando uma certa recuperação. Ela apresentou um crescimento no PIB superior ao previsto já no primeiro trimestre do ano. Esses dados chineses provavelmente provocarão impactos positivos sobre a economia global, dos países emergentes.
Outro ponto relevante no ano passado foi o posicionamento mais hawkish do Fed (banco central americano) que aumentou os juros quatro vezes. Atualmente, no entanto, verificamos que o Fed está muito mais cauteloso e não pretende realizar novas elevações nos juros.
Diante de tudo isso, muitas gestoras como Mauá Capital, Garde e Novus acreditam que a alta que vimos do dólar no ano passado não se repetirá.
Pelo contrário, com a melhora nos resultados chineses, uma possível aprovação da reforma da previdência e uma perspectiva positiva para a bolsa brasileira, eles acreditam que o dólar irá se desvalorizar frente ao real, por isso estão posicionando suas carteiras vendido em dólar, ou seja, esperando ganhar com a queda no dólar.
Algumas gestoras como a Dahlia, no entanto, acreditam que o dólar não cairá ao longo de 2019. Muitos associam a alta da Bolsa com a queda do dólar, mas para alguns essa relação não é tão evidente. Dois eventos recentes podem exemplificar isso:
Além disso, devido à crise dos últimos anos, o Brasil recebeu um grande fluxo de dólar vindo de multinacionais, para conseguir manter as filiais existentes no país. Com a recuperação econômica e consequentemente das companhias, esse capital terá que ser pago às empresas sedes o que ocasionará uma saída de dólar do país e fará com que a conta de investimentos direto do balanço fique negativa.
Com menos dólar na economia doméstica, ele tende a se valorizar.
Você acabou de ver duas visões distintas em relação ao futuro do dólar. Saber exatamente qual delas se concretizará é algo difícil. Você terá que acompanhar de perto o mercado financeiro, para conseguir formular suas próprias perspectivas. Sempre existirá fatores que podem fazer com que o dólar se valorize e fatores que propiciam uma desvalorização dessa moeda. Sendo assim, você terá que analisar qual delas acredita que “será mais forte” e, portanto, impactará no preço do dólar.
Para facilitar sua vida oferecemos-lhe assessoria gratuita. Com nossa ajuda você poderá ficar por dentro das principais oportunidades do mercado financeiro. Além disso, contará com um profissional especializado que te auxiliará a montar uma carteira de investimentos alinhada com o seu perfil e objetivos e que saiba aproveitar o momento econômico para obter bons retornos. Para obter tudo isso, basta deixar seus dados conosco agora mesmo!
Luana Dennis é analista de conteúdos da WeInvest. Como uma grande entusiasta das transformações que a educação financeira e o investimento inteligente e estratégico podem trazer na vida das pessoas ela visa sempre acompanhar de perto o mercado financeiro para produzir conteúdos de alto padrão.