Fundos IMA-B ou Fundos de Renda Fixa de Índice” (IMA – Índice de Mercado Anbima) são índices de renda fixa criados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais). Eles representam o desempenho dos preços de mercado de um conjunto predefinido de títulos públicos.
Quando falo de títulos públicos federais estou me referindo aos papéis de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional para financiar o governo brasileiro.
Os preços desses títulos flutuam diariamente de acordo com as perspectivas para as taxas de juros (CDI/Selic) e para a inflação.
São justamente essas oscilações que os IMAs tentam capturar. Cada índice representa uma carteira de títulos públicos de determinado perfil, e seu desempenho é uma média do desempenho deles, ponderada pelo peso de cada um na carteira do índice.
Existem vários tipos de índices IMA, cada um com uma característica específica. Nesse texto falarei melhor sobre o IMA-B.
Também conhecidos como Fundos IMA-B ou Fundos de Renda Fixa de Índice, os Fundos de Inflação buscam aplicar nos títulos que compõem a carteira do IMA-B.
Eles investem principalmente em papéis de renda fixa com remuneração atrelada à inflação, Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B). Mas podem, também, investir em outros tipos de títulos públicos.
Os fundos podem ser vinculados simplesmente ao IMA-B, ao IMA-B 5, que investem em títulos de prazo menor que cinco anos ou ao IMA-B 5+ que investem em papéis de prazo superior a cinco anos.
Apesar de caracterizado como um fundo de renda fixa, esse tipo de fundo pode pegar muitos investidores de surpresa.
Por isso, falarei agora um pouco do funcionamento e dos riscos desse tipo de investimento no Brasil.
As cotas dos fundos IMA-B oscilam bastante, uma vez que os preços dos títulos atrelados à inflação também têm uma volatilidade considerável. Por isso, diferentemente dos fundos de renda fixa conservadora, fundos IMA-B podem obter altos rendimento em alguns meses e negativos em outros.
Isso se deve à forma como os títulos públicos são precificados, e a um mecanismo chamado de marcação a mercado.
Essa marcação é influenciada pelas perspectivas para o CDI até o vencimento do papel. Como elas mudam todos os dias, a rentabilidade dos papéis também muda diariamente. Isso faz com que seus preços se modifiquem dia a dia.
Entenda melhor sobre a marcação a mercado e a precificação dos títulos de renda fixa.
As cotas dos fundos também são marcadas a mercado de acordo com os preços dos ativos que compõem a sua carteira.
Os preços dos títulos atrelados à inflação costumam caminhar de maneira oposta às perspectivas para as taxas de juros.
Ou seja, se o DI tiver perspectiva de alta até o vencimento do papel, os preços dos papéis caem. Se a perspectiva for de queda, os preços sobem.
Ao contrário do que muitos pensam, uma expectativa de alta da inflação não necessariamente valoriza os papéis. Isso porque se a inflação subir, é bem possível que o governo eleve a Selic, o que pressionará os preços dos títulos para baixo.
QUAIS AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DESSES FUNDOS E COMO SABER QUANDO ELES SÃO UMA BOA OPÇÃO
Em 2012 o governo começou a reduzir a taxa de juros e esses fundos conseguiram entregar retornos espetaculares. O IMA-B conseguiu acumular uma alta de 26,68% no ano!
Essa ocasião atraiu uma grande quantidade de novos investidores para esse tipo de investimento. No entanto logo em seguida os resultados desses fundos inverteram sua direção. Com o início do descontrole inflacionário e a iminente elevação dos juros, os ânimos do mercado voltaram a se exaltar.
Como esperado, os fundos acumularam em 2013 perdas consideráveis, de -10,02%.
O momento ideal para alocar em cada tipo de aplicação é o que todos querem saber. No entanto, acertar isso em geral não é algo trivial.
Por isso, o ideal é montar uma carteira de investimentos diversificada e adequada ao perfil de cada investidor.
Se você não sabe como montar uma carteira diversificada entre em contato com um de nossos especialistas agora mesmo.
Bom, mas de qualquer forma, é importante que você saiba que vale mais a pena investir em fundos de inflação em momentos que há uma perspectiva de queda na taxa de juros. No entanto, caso você espere uma elevação da taxa Selic no futuro, não conte com o dinheiro no curto prazo se decidir investir nesses fundos.
Vale lembrar que como você viu acima, a taxa de juros geralmente é utilizada pelo governo para controle da inflação. Portanto, se você espera uma economia aquecida com grandes elevações de preço, também espere por uma elevação das taxas de juros, mais cedo ou mais tarde.
Graduando em Ciências Econômicas pela PUC-Minas, sou apaixonado por Economia, Empreendedorismo, Marketing e Café. A economia deve ser simples sem ser simplista, além de necessária para todos, por isso idealizei o Boletim Econômico. Acredito que há um movimento centrípeto de que todas as áreas convergem para Economia, pois de gênio e louco todo mundo tem um pouco.