Estamos vivendo um tempo de muita volatilidade, seja por questões de guerras, como Rússia x Ucrânia. Ou, por questões das eleições presidênciais desse ano. So nesses 3 primeiros meses o real ja se valorizou mais de 10% frente ao dólar e não sabemos onde isso vai nos levar. Mas, uma coisa é certa, você precisa saber maneiras de se proteger do risco cambial.
Investir em países de moedas estrangeiras pode parecer óbvio, mas existe um risco imprevisto que pode prejudicar seus retornos: o risco cambial.
Portanto, é importante não descartar o risco de uma moeda flutuante.
Veja como o risco cambial pode atingir seu portfólio e como você pode minimizar sua ameaça.
Geralmente, o risco cambial surge quando uma empresa ou investimento depende de uma moeda estrangeira que precisa ser convertida para a moeda local.
Por exemplo, com sede nos Estados Unidos, a Coca-Cola obtém grande parte de suas vendas de todo o mundo.
Assim, a empresa e seus investidores correm o risco de que suas vendas no exterior possam resultar em vendas mais baixas em dólares americanos se a moeda flutuar.
Dessa forma, empresas com risco cambial significativo sempre protegem esse risco de várias maneiras.
Elas podem protegê-lo diretamente com hedges cambiais, como futuros ou opções.
Então, se você estiver fazendo um investimento em um ativo ou moeda estrangeira, existem dois casos – uma no sucesso do ativo individual e outra na própria moeda.
Se você deseja investir em nível de país, pode procurar países com moedas fortes e em alta.
Ou seja, essas moedas são fortes em relação à sua própria moeda nacional (Real). Assim, se a moeda estrangeira continuar a subir, o investimento valerá mais em sua moeda local. Com isso, você não fica exposto aos riscos cambiais
Dessa forma, um lugar para procurar investimentos é em países que possuem baixo endividamento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Ou seja, altos níveis de dívida levam à inflação, e a inflação alta pode minar a confiança do investidor na moeda e reduzi-la.
Essa pode ser uma maneira fácil de neutralizar o risco cambial ao investir em ações de um país ou região específica.
Por exemplo, você pode comprar um fundo que investe quase exclusivamente em ações japonesas ou da zona do euro e, em seguida, proteger você da exposição.
Pode fazer sentido diversificar globalmente, talvez com fundos de índice que se concentram na exposição às principais áreas monetárias, como EUA, Zona do Euro e Ásia-Pacífico.
Assim, com esse tipo de exposição diversificada, você já está construindo um hedge natural em seu portfólio.
Quando o dólar está forte, os ativos não relacionados ao dólar terão vento favorável. Por outro lado, quando os ativos não dólar são fracos, os ativos baseados em dólar terão esse vento contrário adicional.
Moedas são investimentos que nos protegem de perdas da nossa própria economia, como inflação ou fases ruins no mercado.
Esta é uma forma de diversificar investimentos e proteger seus ativos financeiros.
Contudo, investidores individuais não devem se preocupar muito com o hedge de exposição cambial em seu portfólio, em especial com uma carteira de ações diversificada.
Com isso, essa ampla diversificação fornecerá um hedge natural, embora imperfeito, para riscos cambiais. Mas para aqueles com forte exposição a uma moeda, pode fazer sentido implantar hedges adicionais.
Graduando em Ciências Econômicas pela PUC-Minas, sou apaixonado por Economia, Empreendedorismo, Marketing e Café. A economia deve ser simples sem ser simplista, além de necessária para todos, por isso idealizei o Boletim Econômico. Acredito que há um movimento centrípeto de que todas as áreas convergem para Economia, pois de gênio e louco todo mundo tem um pouco.